Da importância de variadas abordagens históricas
Afinal para que serve a História? Como deve ser ensinada na Educação Básica? Que gradações devem ser observadas nos Ciclos I, II e Ensino Médio?
Primeiramente, devemos considerar que História é a ciência humana básica na formação do aluno, pela possibilidade de fazê-lo compreender a realidade que o cerca e, conseqüentemente, dotá-lo de espírito crítico, que o capacitará a interpretar essa mesma realidade.
Todavia, formação de espírito crítico não significa, necessariamente, levar alunos a posições ideológicas extremadas, mas capacitá-los a discernir as várias linhas e correntes de interpretações, que se podem dar aos fatos históricos, em seus devidos contextos, e, a partir daí, permitir aos discentes realizar suas escolhas políticas, sociais, econômicas e culturais.
Por outro lado, a ciência histórica tem seus métodos e instrumentos de análise que se querem respeitados. O ensino de História, necessariamente, deve levar em consideração essas premissas, também, com a finalidade de estimular vocações para esse ramo do conhecimento humano. Assim, o estudo de documentos e as várias interpretações, suscitadas pela História, são pontos fundamentais no estudo dessa disciplina.
A afirmação, hoje muito difundida, por certas correntes, segundo a qual, a educação não é neutra; no fundo, embute a idéia segundo a qual História deveria ser desenvolvida a partir de uma linha ideológica vinculada à realidade social, injusta e exclusiva, da qual são vítimas, vastas parcelas da população brasileira e mundiais. Ora, tal interpretação tende a criar a idéia, segundo a qual, somente ações radicais teriam o condão de eliminar tais desigualdades e injustiças, o que desqualifica a possibilidade da existência de vias democráticas de transformação nos países que enfrentam tais problemas.
Até aí nada demais, posto que, num sistema democrático, no qual vivemos, os professores têm o direito de adotar essa ou aquela linha de interpretação histórica, em sala de aula. Ocorre que, ao adotar "uma linha" de interpretação dos fatos históricos", negam-se aos alunos os instrumentos necessários para desvelar o outro ou os outros lados da questão, ou seja, deixam-nos impossibilitados de refletir sobre outras interpretações, que poderiam enriquecê-lo culturalmente.
Por outro lado, a linha única no desenvolvimento de conteúdos históricos, cria, na mente dos jovens, um preconceito odioso contra formas políticas, sociais e econômicas vigentes e um sectarismo, extremamente, perigoso.
Quando pensadores de esquerda criticam o capitalismo, por exemplo, alguém poderia objetar que o socialismo constituiu-se, comprovadamente, em experiências fracassadas, em países cuja ineficiência econômica e totalitarismo político (economia dirigida pelo Estado, regimes políticos de partido único) acabou por fazê-los ruir, totalmente, nas últimas duas décadas do século XX, e que o segundo, ainda que imperfeito, criou as mais sólidas economias e democracias mundiais, além de sociedades de elevado bem-estar social do mundo contemporâneo.
Seriam verdadeiras as afirmações acima expostas? É o que deveriam perguntar-se os professores de História, quando de discussões sobre o tema com suas classes, mormente, os do ensino médio, realmente, interessados em formar o espírito critico dos alunos, oferecendo-lhes diversificadas bibliografias e diferentes instrumentos de análise histórica.
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Há 5 anos
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